É notório o quanto casos de feminicídio têm crescido, nos jornais se mostram dados sobre o aumento do número de denúncias de assédio, tentativas de feminicídio, ameaças e etc. Penso, que a trilha do feminicídio passa por um ponto muito importante: o amor-próprio! Ou a falta dele. E não quero aqui de forma alguma culpar as vítimas, ou colocar esta como a única causa, mas de fato penso que um dos alicerces da manutenção de um relacionamento abusivo é confundir carência com amor, e acabar abrindo muitas concessões em nome disso.
Nossa sociedade é doentiamente machista. As mulheres crescem sendo cobradas a serem boas em alguma coisa porque senão ninguém vai querer casar com elas, o casamento é o ápice da conquista da mulher, é seu maior sonho, praticamente tudo que fazemos gira em torno do “elogio” “já da pra casar”.
Para mim aí começa o perigo. Meninas começam a paquerar e com essas ideias em mente por vezes começam a se anular desde cedo, pensando “ele vai melhorar” “eu consigo mudar ele” “preciso aproveitar esta oportunidade, homem está difícil”. Mulheres namoram com abusadores por medo de ficar só, porque a idade está chegando, porque não será completa enquanto não achar um marido, é o que a sociedade nos cobra, nos ensina.
Quando uma mulher está solteira próximo aos 30 a cobrança se intensifica. “Mas nem um namorado? Você está escolhendo demais, vai acabar ficando sozinha”. Pois tenho uma coisa para dizer para todas meninas e mulheres: melhor estar só do que mal acompanhada, escolham, escolham e esperem o máximo que puderem por alguém que mereça de verdade teu amor, e se ame, se curta, porque se você ficar só estará na melhor companhia que é você mesma!
É melhor estar só, do que com alguém que te faça sofrer, que te diminua, que te proíba, que te agrida, que te xinga, que brinca com seu psicológico e depois te chama de louca, que não tem os mesmos objetivos que você, que não te respeite, com alguém que pode um dia te matar, e dizer que é porque te amava demais.
Precisamos educar nossas crianças. Meninos e meninas. Pais de meninos não podem se isentar desta responsabilidade. Não podemos confundir carência com amor, isso é apego, apego a uma coisa que pode nem estar te fazendo bem. Não acredite que os opostos se atraem. Você precisa ter coisas em comum com quem pretende se relacionar. Jesus nos disse que precisamos amar o próximo como a nós mesmos, mas como vamos ensinar alguém a nos amar e nos respeitar se não fazemos isso e não impomos limites? A culpa jamais será da vítima. Mas precisamos educar nossas crianças para se amarem, se respeitarem, a amarem e respeitarem o próximo, a ponto de não ser abusivo ou permanecer em relacionamentos abusivos.
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